Capítulo 8 – O escudo mágico
-
O quê
aconteceu, Harry? – perguntava uma Hermione preocupada – Você e a Lis sumiram!
-
Calma,
Hermione! Eu explico...
-
Harry,
eu e a Hermione estavam loucos aqui, pensando que tinha acontecido algo a vocês
dois. E falando em dois... – disse Rony olhando para os lados – Cadê a Ellisa?
-
Ela
está na enfermaria e... – começou Harry.
-
Como é
que é? – interrompeu Hermione – Ela está na enfermaria?
-
É... é
uma longa história... – disse Harry – Se vocês me deixarem explicar sem
interrupções, eu conto!
-
Conta
logo, Harry – pediu Rony se jogando em uma das poltronas do salão comunal.
Durante algum tempo, os dois ouviram Harry
atentamente. Quando Harry terminou, Hermione fechou a cara em sinal de
desaprovação e Rony ainda tentava entender:
-
Espera
aí, Harry. Deixa eu ver se entendi... Naquela hora que ela sumiu dizendo que ia
buscar o uniforme, o Malfoy implicou com ela?
-
Isto
mesmo, Rony. – disse Harry.
-
Tá, e
aí lá na Floresta Proibida ela jogou um feitiço de petrificação em você e saiu
atrás do Malfoy que, depois, saiu desmaiado?
Harry fez que sim com a cabeça, Rony concluiu:
-
Harry,
ela está muito estranha...
-
Ela
estava é certa em jogar um feitiço em você... – disse Hermione ainda não
concordando com o acontecido – Mas de qualquer modo ela está estranha.
-
É... –
disse Harry – Eu gostaria muito de saber o que aconteceu na Floresta Proibida
entre ela e o Malfoy. Eu só sei que a Ellisa não fez nada contra ele...
-
Como
sabe? – perguntou Hermione.
-
Ela me
disse... E além disso, vi que o Malfoy ao acordar não contou nada para Madame
Pomfrey a pedido da Ellisa. Os dois devem ter um segredo...
-
Talvez,
Harry... Talvez – disse Rony.
-
E mas
uma coisa, Harry... – disse Hermione pensativa – A sua cicatriz doeu duas
vezes, o que é muito preocupante, pois, se Você - Sabe - Quem está no castelo,
vai ser muito mais fácil um ataque... Hogwats está totalmente desprotegida.
Dumbledore já não está mais aqui para proteger o castelo e a você também...
Harry. Você corre perigo!
O que Hermione lhe disse, já atormentava a mente de
Harry a algumas horas. A idéia de rever Voldemort novamente e sem Dumbledore
por perto fez Harry gelar. Rony, que olhava assustado para Harry, começou:
-
E mais
uma coisa... Não sei se você percebeu, Harry, mas a Ellisa parece sentir também
que Você - Sabe – Quem está próximo. Afinal ela passou mal nos mesmos instantes
que você sentiu a cicatriz lhe doer. O quê acha?
-
Talvez
seja só coincidência, Rony – disse Harry pensando no que o amigo tinha lhe
dito. – Não é possível que ela sinta também...
Após o termino da conversa, os três subiram para os
dormitórios ainda tentando formular uma hipótese admissível para o incrível
mistério que começava a aflorar e temendo também um novo encontro com
Voldemort, que poderia ser também o último, pois agora, o perigo era dobrado.
***
O sol, ao longe, soltava seus primeiros raios do dia
. O dormitório dos garotos estava silencioso, todos, menos Harry, ainda dormiam
a sono solto. O garoto já estava de pé, se vestindo o mais rápido que podia.
Queria ter mais tempo para conversar com Ellisa, antes do café. Tirou do malão
a velha capa de invisibilidade, já que, não queria ser importunado por ninguém
durante o trajeto.
Abriu a porta e deu um última olhada no dormitório,
para verificar se todos ainda estavam dormindo. Colocou a capa e saiu, fechando
a porta vagarosamente.
Harry, como já esperava, encontrou o salão comunal
vazio e, assim encontrou o castelo por todo o caminho que percorreu. Chegando à
porta da ala hospitalar, Harry levou a mão cautelosamente à fechadura. Ia
girar, quando ouviu uma voz conhecida, vindo de dentro da ala. Por alguns
segundos, Harry tentou se lembrar, em vão, a quem pertencia aquela voz.
Decidiu entrar e descobrir quem conversava com quem,
assim tão cedo. Levou a mão à fechadura novamente e desta vez, girou. Evitou ao
máximo fazer ruídos e, por sorte ninguém o ouviu. Após fechar a porta, Harry
seguiu as vozes e, finalmente, encontrou a dona da voz... Minerva McGonnagall.
A professora conversava seriamente com Ellisa, que
estava deitada em uma das camas. Harry se aproximou o bastante para ouvir
claramente a conversa:
-
Pomfrey
me contou que ontem você apareceu aqui com o Sr. Malfoy desmaiado. É verdade? –
perguntou a professora.
-
É... –
respondeu a garota – Acho que para a senhora...
-
Por
favor... Me chame de você.
-
OK.
Acho que para você eu posso contar... Começou quando eu fui buscar o meu
uniforme na torre da Grifinória, antes do jogo de Quadribol. Lá encontrei um
bilhete, sem assinatura, me dizendo para impedir algo que iria acontecer. Ao
voltar eu encontrei com o Malfoy, que ficou me tomando o tempo por causa do que
aconteceu na aula do Hagrid. Daí o Harry apareceu e os dois brigaram. O Malfoy
marcou um encontro com o Harry na Floresta Proibida. E foi aí que eu entendi a
mensagem do bilhete... Eu não deveria deixar nem o Harry nem o Malfoy ir...
Harry se lembrou do pedaço de papel que tinha
encontrado. E finalmente os fatos começavam a se encaixar:
-
E onde
está este bilhete? – perguntou McGonnagall.
-
Eu
perdi... Não sei aonde...
-
E o
Potter sabe desta história?
-
Não...
Não sei se devo contar. Nem eu mesma entendo toda essa história. Acha que devo
contar? – perguntou a garota.
-
Talvez...
Mas continue. – pediu a professora.
-
Ah...
sim. Depois do jogo, como você sabe, eu passei mal. Quando eu saí da
enfermaria, Harry inventou uma história de que ia até a biblioteca. Então eu me
lembrei da história do bilhete e, assim que o Harry saiu, eu fui atrás dele.
Bem, eu tentei convencer o Harry a não entrar na Floresta Proibida, mas ele não
me ouviu e, eu tive que jogar um feitiço nele. Daí, fui atrás do Malfoy. Tentei
convencê-lo a sair de lá, disse que era perigoso. Nós discutimos e, e eu ouvi
um barulho. Logo em seguida, uma flecha de luz veio em nossa direção. Eu me
esquivei e me joguei contra o Malfoy para que ele se abaixasse, pois a flecha
ia agora na direção dele. Quando eu o joguei no chão, ele bateu a cabeça em uma
pedra e desmaiou. Eu temi que a pessoa que lançou a flecha, nos atingisse com
um feitiço poderoso...Então, eu conjurei o escudo mágico...
Harry estava paralisado por conta do que acabara de
ouvir. Como ousara desconfiar que Ellisa tinha feito algo de ruim com o Malfoy,
quando na verdade ela evitou que ele fosse atingido?
-
Você
conjurou um escudo mágico? – perguntou assustada a professora.- Não acredito
que você conseguiu...
-
Sim...
Eu não sei como consegui. Não sei te explicar... Tem algo de ruim em conjurar
este feitiço? – perguntou a garota.
Harry se lembrou do pedido que ela fez ao Prof.
Descartys. Mas como o professor mesmo disse, ela seria incapaz de realizar esse
feitiço. Isso estava muito mal explicado, na opinião de Harry.
-
Não...
– disse a professora parecendo agora orgulhosa da garota – Pelo contrário,
estou muito feliz!
-
Mesmo?
Que bom!
-
Mas
voltando ao assunto... Quem te atacou lá na Floresta Proibida? Tem alguém em
mente? – perguntou a professora muito séria.
-
Na
verdade, eu não tenho certeza de nada... Mas desconfio de que foi um seguidor
de Voldemort.... – McGonnagall fechou a cara, mas Ellisa não percebeu – Como é
que eles são chamados mesmo, hein?
-
Death
Eather?
-
É,
isso mesmo... E ele queria o Harry.
Harry segurou a respiração. Um seguidor de Voldemort
estava atrás dele?
-
Pensei
que talvez demorassem mais... Mas como sabe que eles estão atrás do Potter?
-
Você
sabe do passado de Harry, e dos problemas que ele tem com Voldemort...
-
Por
favor, não repita este nome de novo. – disse a professora – E talvez ele
poderia estar atrás de você?
Harry estranhou tais palavras. Voldemort não estaria
atrás de Ellisa. Ele não teria motivos.
-
Não é
possível que ele tenha descoberto sobre mim tão rápido. Como isso poderia ter
vazado?
-
Não
sei... Talvez estivesse atrás do Potter
mesmo... Vamos ter que aumentar a segurança. Você precisa de ajuda para
protegê-lo? – perguntou a professora
-
E se
eu contar a ele? Talvez ele tome mais cuidado... De qualquer forma vou prestar
mais atenção nos atos dele.
A cada instante que se passava, Harry entendia menos.
Afinal, porque Ellisa estaria protegendo ele?
-
Faça
isso, querida. Bem... Eu já estou indo. – disse a professora se levantando e
caminhando até a porta.
Ao passar, a professora quase esbarrou em Harry, que
teve que fazer acrobacias para evitar a colisão.
***
Assim que a professora saiu, Ellisa levantou de sua
cama e se dirigiu ao fundo da ala. Harry a seguiu e, quando finalmente pode
avistar a garota, levou um susto... A garota cumprimentava alegremente o
detestável Draco:
-
Está
melhor? – perguntou a garota.
-
Sim...
– respondeu Draco – Bem melhor.
-
Acho
que temos de conversar.
-
Realmente
nós temos de conversar... Bem, não é do meu gênero agradecer ninguém, mas, eu
acho que estou te devendo um “obrigado”...
-
Tudo
bem... Eu só fiz a minha parte. Mas tem outra coisa que eu preciso falar com
você...
-
Fale,
Ferany. – pediu Draco.
-
Me
chame de Ellisa. Voltando ao assunto... Eu peço que você e o Harry não se
atraquem de novo.
-
Você
sabe que eu não gosto dele e nem ele de mim. Mas eu proponho uma troca...
-
Fale...
estou te ouvindo. – disse a garota.
-
Eu não
brigo mais com o Potter com uma condição... Quero que você se torne minha
amiga.
-
Tudo
bem... Mas eu não quero você xingando a Hermione nem o Rony, tudo bem?
-
Certo...
– disse Draco contrariado – Vamos selar o nosso pacto, tornando-o um pacto de
sangue. Tem uma agulha, aí?
Harry estava infeliz com o que ouvira e, pensara que
não viveria para ver Draco falar “obrigado”, mas seus conceitos pareciam
errados ou então, Draco fingia muito bem.
Ellisa, atendendo ao pedido de Draco, apontou para um
copo na cabeceira de sua cama:
-
Eu
pedi uma agulha, não um copo... – disse Draco estranhando.
-
Eu sei
que é um copo, mas olhe – disse a garota.
Em uma fração de segundos, o copo se transformou em
uma pequena agulha.
-
Você é
boa nisso... – disse Draco pegando a agulha e furando o dedão da mão esquerda –
Pegue...
A garota pegou a agulha e furou o dedão da mão
direita. Em seguida estendeu a mão a Draco, que fez o mesmo:
-
Pronto,
temos um pacto de sangue. – disse Draco.
Harry não podia acreditar no que estava vendo. Ellisa
e Draco se tornando amigos?
Para piorar a situação, Harry esbarrou em uma vasilha
de metal, que caiu estrondosamente no chão. Tal barulho chamou a atenção de
Draco e Ellisa, que se viraram simultaneamente. Para o espanto de Harry, a
garota disse:
-
Não
acredito que você estava o tempo todo aí. Não é muito elegante ouvir a conversa
dos outros.
Harry ficou quieto, fingindo não estar ali. Mas
garota continuou:
-
Vamos,
apareça! Você ouviu a minha conversa com a McGonnagall?
Harry retirou a capa de invisibilidade meio sem
jeito:
-
Oi...
Eu ouvi sim...
-
Tudo
bem... Pelo menos não vou ter que contar mais... Você ouviu o que eu disse, não
quero mais confusões... – disse ela séria.
Draco olhava firmemente para Harry, que fazia o
mesmo. Talvez, se Ellisa não estivesse ali, os dois já teriam discutido.
-
Só
acho que você tem que me dar algumas explicações... Por exemplo, porque tem de
me proteger? – perguntou Harry desviando do olhar de Draco, que se levantou e
saiu sem dizer nada.
-
Não
posso lhe dizer... Mais tarde quem sabe. – disse a garota despreocupada.
-
Mais
tarde... – ironizou Harry – Voldemort está atrás de mim, não está?
-
Possivelmente...
Poderia estar atrás de mim também...
-
E
porque ele estaria atrás de você? – perguntou Harry sem esperança de resposta.
-
É uma
longa história e, que por enquanto eu não posso contar... – disse a garota.
-
OK,
OK... – disse Harry irritado – Voldemort está atrás de mim, Dumbledore está
morto e você virou amiga do Malfoy, o que poderia estar faltando?
-
Você
esqueceu da parte: Eu sou sua segurança particular e amiga. Vamos Harry, eu sei
que é difícil, mas eu não posso te contar, pois não envolve só você.
Harry percebeu que não adiantaria pedir mais
explicações, mas aquilo não iria ficar assim, pois Harry pretendia descobrir
por conta própria esse segredo tão importante:
-
Tudo
bem... Amigos? – disse Harry estendendo a mão à Ellisa.
-
Amigos!
– disse a garota apertando a mão de Harry.
Ellisa foi falar à Madame Pomfrey, que já estava indo. A enfermeira não os deixou ir, pois Harry tinha de trocar o curativo. Enquanto a enfermeira cuidava do corte de Harry, Ellisa foi falar com Draco, que estava encostado em uma das paredes no fundo da ala. Harry não pôde ouvir, pois os dois estavam muito longe. Assim que Pomfrey terminou, Ellisa veio e ela e Harry, que estava escondendo a capa de invisibilidade, saíram juntos da ala, rumo á torre da Grifinória. Já estava na hora do café.
Continua...